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Mostrando postagens de janeiro, 2012

GEORGE E CAMILA

Ela dizia coisas que ninguém queria ouvir. Coisas que ninguém ouvia de fato. Passava o final de semana inteirinho dentro do apartamento, dentro do quarto. E quando saía à rua, não havia ninguém que dissesse ter sentido sua falta. Minto. Apenas um garoto sentia sua ausência. Apenas um garoto queria ouvir suas narrativas, suas lamúrias, suas decepções, suas agruras e suas amarguras. Era George o garoto que a ouvia. Somente George parava para ouvi-la. O garoto George. Ao amigo ela pedia um conselho, um dólar, um abraço e um tempo. O garoto não se importava com suas contradições e dizia que queria mais era vê-la feliz e ser feliz também. Correr sem ter para onde ir, ir sem ter aonde chegar. Era um espírito livre o garoto George. Ela chorava. Dizia que por ser gorda o mundo não a amava, os rapazes não a queriam e a felicidade era um sonho inatingível. Ela chorava e chorava. George dizia que tudo aquilo era uma bobagem e que um dia ela veria o amor em cores límpidas e translúcidas. Oferec