Ituverava, 11 de setembro de 2009
Veja amigo Tás, na medida em que lhe escrevo estas cartas, na mesma proporção nos afastamos.
Por que digo isso?
Por uma razão muito simples: note que há uma resposta sua apenas para a carta de numero 2, as seqüentes, todas, sem nenhuma exceção, vão sem o menor indício de atenção de sua parte.
E é claro que não pretendo passar dos 35 aos 100 anos de minha vida lhe escrevendo cartas, amigo. Ora francamente! Era só o que me faltava! De mais a mais o conterrâneo há de convir que não é nenhum Sarney, Roberto Carlos, Pelé, Amado Batista ou Xuxa para que eu fique aqui lhe dando atenção como a um rei de algo.
Jogou onde afinal, amigo?
Bem, queira desculpar-me se nesta sou mais emotivo que racional, assim ficando destituído da própria razão.
É que nesta manhã ocorreu um fato delicadamente especial. Eu ia para o trabalho, peguei a rua que liga a avenida da represa com a rodoviária, a rua Luiz Aró. No caminho passei por várias pessoas que transitavam indo para ter com as mais variadas atividades; somos hoje uma cidade lépida, pulsante, movimentada, meu caro.
Chamou-me a atenção especialmente alguns tipos bem pitorescos. Ocorreu que entre crianças indo para a escola em vãs, serviçais da construção civil em suas bicicletas, trabalhadores de serviços burocráticos em seus belos e grandes carros e, grande numero de trabalhadores em seus veículos populares, todos trafegavam entre os “carroceiros”: veja você que em pleno século XXI, na era da informática, no mundo globalizado; homens de chapéu na cabeça, com suas colunas curvadas ao sentar-se nas tábuas que lhes servem de banco, com as rédeas a tocar seus animais modestos, de aparência apática até, trafegam como se os tempos modernos fossem mera ficção.
É isso que vemos aqui durante uma caminhada de mil metros, do trecho que liga uma grande periferia a um bairro de classe média, por volta das sete horas da manhã.
Nesta mesma manhã cheia de contrastes e cores avistei um senhor que carregava enormes pepitas de ouro de seu quintal para um depósito à 100m de distância. Ao me aproximar notei a grande familiaridade. Sabe quem era o senhor que carregava o ouro feito um duende das fábulas européias? Seu avô, meu amigo. Ninguém menos que o Sr Budaquidê Zumbi do Carmo. Ficou muito feliz ao me ver. Conversamos um pouco, ele contou-me até um causo a seu respeito, o qual contarei noutra feita quando dispuser de mais tempo, e quando eu disse que continuava tentando me corresponder com você ele admitiu que, apesar de você ser um bom menino, era um tanto orgulhoso, metido a besta. Mas louvou minha determinação e disse que o mundo dá muitas voltas, para que eu não tivesse desânimo em meu magnífico espírito. Foi o que ele disse. Agradeci e segui meu passo.
Por que digo isso?
Por uma razão muito simples: note que há uma resposta sua apenas para a carta de numero 2, as seqüentes, todas, sem nenhuma exceção, vão sem o menor indício de atenção de sua parte.
E é claro que não pretendo passar dos 35 aos 100 anos de minha vida lhe escrevendo cartas, amigo. Ora francamente! Era só o que me faltava! De mais a mais o conterrâneo há de convir que não é nenhum Sarney, Roberto Carlos, Pelé, Amado Batista ou Xuxa para que eu fique aqui lhe dando atenção como a um rei de algo.
Jogou onde afinal, amigo?
Bem, queira desculpar-me se nesta sou mais emotivo que racional, assim ficando destituído da própria razão.
É que nesta manhã ocorreu um fato delicadamente especial. Eu ia para o trabalho, peguei a rua que liga a avenida da represa com a rodoviária, a rua Luiz Aró. No caminho passei por várias pessoas que transitavam indo para ter com as mais variadas atividades; somos hoje uma cidade lépida, pulsante, movimentada, meu caro.
Chamou-me a atenção especialmente alguns tipos bem pitorescos. Ocorreu que entre crianças indo para a escola em vãs, serviçais da construção civil em suas bicicletas, trabalhadores de serviços burocráticos em seus belos e grandes carros e, grande numero de trabalhadores em seus veículos populares, todos trafegavam entre os “carroceiros”: veja você que em pleno século XXI, na era da informática, no mundo globalizado; homens de chapéu na cabeça, com suas colunas curvadas ao sentar-se nas tábuas que lhes servem de banco, com as rédeas a tocar seus animais modestos, de aparência apática até, trafegam como se os tempos modernos fossem mera ficção.
É isso que vemos aqui durante uma caminhada de mil metros, do trecho que liga uma grande periferia a um bairro de classe média, por volta das sete horas da manhã.
Nesta mesma manhã cheia de contrastes e cores avistei um senhor que carregava enormes pepitas de ouro de seu quintal para um depósito à 100m de distância. Ao me aproximar notei a grande familiaridade. Sabe quem era o senhor que carregava o ouro feito um duende das fábulas européias? Seu avô, meu amigo. Ninguém menos que o Sr Budaquidê Zumbi do Carmo. Ficou muito feliz ao me ver. Conversamos um pouco, ele contou-me até um causo a seu respeito, o qual contarei noutra feita quando dispuser de mais tempo, e quando eu disse que continuava tentando me corresponder com você ele admitiu que, apesar de você ser um bom menino, era um tanto orgulhoso, metido a besta. Mas louvou minha determinação e disse que o mundo dá muitas voltas, para que eu não tivesse desânimo em meu magnífico espírito. Foi o que ele disse. Agradeci e segui meu passo.
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