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Mostrando postagens de 2009

A História de Nós Dois

Final de 2008; minha irmã passava dias em Ituverava e estava em minha casa. Havia algum tempo que eu publicava textos nos jornais locais, então ela me sugeriu a criação de um blog como uma ferramenta para fazer circular meus textos. Eu disse: Mas como? Precisei que ela me orientasse passo a passo para criar a tal pagina; ela, pacientemente, me orientou e assim, exatamente no primeiro dia de 2009, nascia o Jefhcardoso.blogspot.com. Em principio apenas postei os textos que havia publicado nos jornais e revista de minha cidade, sem foto ilustrativa. No jornal eu passei a publicar ao rodapé dos textos o endereço do blog. Vieram os comentários dos amigos que eu convidava presencialmente para que fizessem visitas ao blog; até então o Jefhcardoso era estritamente caseiro, ou seja, frequentado apenas pelas pessoas de meu convívio pessoal. O tempo foi passando e as idéias se proliferando feito bactérias em superficie contaminada. Escrevi regularmente e decidi realizar um projeto que em princípi

Eu Acredito Em Papai Noel (Feliz Natal!)

Que seja feliz o Natal! Há quem fique triste por sentir saudade de quem já não participe à mesa, Eu sei; Mas há quem fique feliz por estarem todos à mesma mesa; Existem os que praguejam contra os símbolos natalinos, Estes possuem suas próprias razões para guardar suas mágoas, Mas a mágoa, ainda que grande, é sentimento pequeno Alguns discursam em pró dos que têm fome, E há muitos com fome; Eu sei E para solidão a oração ao Menino Jesus é sempre grande conforto; Acredite e deixe-o nascer. O mundo é mesmo um tumulto de estados de ser e condições de estar, Sempre foi assim, Sempre será. Porém, viver e sonhar são algo muito pessoal. Abrace o seu neste Natal, E que este abraço seja prolongado pelo tempo necessário... Ame este alguém que está hoje envolto em seus braços, Diga da importância que possui em seus dias, Isso é algo mais que símbolos e ceia, É alimento para esta vida passageira; É a eira e a beira deste viver; É ser, e deixar sentirem você. E Papai Noel existe; Isso eu sei; Não af

Jefhcardoso>>de blog em blog (20.12.2009)

Quem quiser saber no futuro de como foram estes anos que vivemos hoje, terá que ler os blogs dos anônimos (estou rindo agora). Nada contra os blogs dos famosos, porém, estes escrevem dentro dos moldes em que se espera que eles escrevam; a fama certamente lhes tolheu a liberdade na qual nós, anônimos, vivemos. Detalhes de nossos tempos estão sendo escritos em uma escala jamais imaginada; mais que imagens fotográficas ou filmagens, textos são produzidos aos milhares. As pessoas dizem: _Hoje estou triste... Ou: _Estou muito feliz... Ou ainda: _Acho isso daquilo, e aquilo daquele...E também: _O vestibular está me enlouquecendo...E: _Eu acredito em...Ou: _Eu não acredito...Dizem também: _Te amo mãe! E também dizem: _Te odeio, fulano, por... Há quem divulgue seus gostos culturais, suas críticas sociais, seu talento, sua arte, sua humanidade, seus medos, seus anceios... Nunca o ser humano se expôs tanto em toda jovem história da humanidade. São milhares de pessoas pensando e registrando seus

Mas Será o Benedicto?

Mas será o Benedicto erudito? Burocrático como um grande formulário; Chato como a bula do remédio; Entediante como a fila em que se paga as contas. Será?
Mas será o Benedicto orgulhoso? Um tanto balzaquiano e machadiano, sim. Apreciador de Mozart, Saraus e piano. Será?
Mas será o Benedicto fleumático? Elegante como defunto no velório; Frio como morto; Rígido como o próprio rigor mortis. Será?
Mas será o Benedicto sábio? Sabedor da sabedoria do ignaro, Ignaro do saber do tolo; Mestre dos mestres dos sábios. Será?
Mas será o Beneditco douto? Conhecedor de toda língua que se fale; Sabedor dos fusos horários; Culto sobre países altos e baixos. Será?
Será o Benedicto gênio? Conhecedor da história de todos os tempos; Palestrante sobre os homens de cerâmica, Da olaria mesopotâmica. Mãs... será?

O Cobrador - Parte VIII

Já era noite quando os religiosos foram acolhidos à porta do hospital por Dr. João Jivago e pela enfermeira, Adelaide da Piedade, mais a equipe de enfermagem. Imediatamente a chefe de enfermagem os conduziu ao quarto da enfermaria destinado aos “contaminados” pelo forasteiro. Gementes e delirantes, nos corredores nada que diziam fazia algum sentido, mas quem perambulava por ali e ouvia os balbucios dos moribundos religiosos jurava ter ouvido coisas horripilantes. Foram introduzidos no quarto que já estava lotado; ali dividiram espaço com cabo Antão e sua tropa, que já se encontravam internados, e além destes contaram com a companhia do também “enfermo”, delegado aposentado, Dr. Florisvaldo Bonaparte, cujo qual, na ocasião da entrada do “mendigo” na cidade, havia travado um breve contato com o forasteiro; tendo se aproximado e dito que seu município não era um bom lugar para vadiagem, ao que o “mendigo” teria permanecido calado e indiferente. Logo após esta passagem curiosamente o deleg

Projeto "Um Milhão de Amigos": Sigam-me os bons.

Noto que com meu trabalho de escrita e divulgação este blog tem se tornado um espaço modesto de alcance comunicativo. Nos últimos dias tenho recebido uma média superior a 80 visualizações ao dia, o que não é muito se comparado aos blogs de outros anônimos que apresentam indicadores impressionantes; só para ilustrar contarei que encontrei um que possui 175.668 “seguidores” – isso não é incrível? (prometo falar deste blog um pouco mais adiante) Quando decidi ir a campo, realizar visitas aos blogs e comentar, fiz com a finalidade de atrair atenção para meus textos; sai seguindo a seta que diz próximo blog>>, bem no alto da pagina do meu blogspot (as listas com os blogs mais acessados não guardam pessoas tão “acessíveis” que possam retribuir uma visita de um anônimo, por isso preferi seguir a seta ao acaso; “grata surpresa eu tive nos blogs que não constam nas listas de mais acessados [sorrio])!” Nesta “viagem ao mundo dos blogs” um pensamento germinou em minha mente germinativa e co

Quem leu, recorde/Quem não leu, leia.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * O Velho Espírito Natalino Vovô hoje vive um novo momento Começou com um problema que trouxe uma nova vida Mas nele, sem dúvida alguma, ainda vive um sonho antigo Olha só quem vem vindo, Se não é o bom e velho espírito natalino! Ele está mesmo velhinho,cansado, mas bem vivo Lembro-me dele chegando quando eu era menino Eu esperava presente, mas me alegrava um presentinho Meus olhos colavam na vitrine Refletia aquelas maravilhas, todo aquele brilho Juro que em sonho brinquei com cada um daqueles brinquedinhos Cresci e me tornei rapazinho Agora eu trabalhava, dava e recebia presentinhos Já compreendia até a mensagem do nascimento do Deus Menino Alegrava-me ver as ruas enfeitadas Havia muitos eventos com o tema natalino Canções comoventes, tudo era mágico e festivo Havia sempre um papai Noel gordinho Mas na falta destes eles se tornaram bem magrinhos Mas era o Noel, disso nunca duvido Casei-me, tive abençoados filhos Havia festa em minha casa Esperávam

O Cobrador - Parte VII

Contam os homens do pé de jaca (os jacas), e confirmam os antigos moradores do local (os antigos), que os religiosos, ao encontrar-se, se entreolharam, olharam para a praça embaçada pelo fumo, porém, agora visível, e novamente se entreolharam. O “mendigo” ocupava o centro da área, os cães haviam dispersado, e nem sinal de Edmundo Adeodato. Pobre coitado! Em torno da cidade as chamas castigavam toda vegetação, bem como as benfeitorias das propriedades e as propriedades. As cinzas negras cobriam toda superfície. Como único alento figurava o termômetro, que naquela ocasião retrocedeu um bocadinho pela primeira vez desde que subira. Ainda assim a canícula era insuportável, porém a cidade se sentia como diante de uma brisa fresca; e que saudade sentiam de uma brisa! Padre Agostinho e pastor Martinho, deram as mãos em um forte aperto. Sentiram que o momento era para unir as forças, e que a missão era, sem sombra de dúvida, de longe, a mais delicada que já enfrentaram em suas profissões de fé

Números?

Notícia nova. Fato antigo, recorrente: Todos os dias um turbilhão de acontecimentos chegam até nosso conhecimento. Muitos destes vêem, são assimilados e guardados em algum lugar de nosso encéfalo; outros vêem e causam-nos algum impacto, ecoam para dentro do que somos, e finalmente silenciam. Mas há uma categoria de assuntos que, mesmo passados alguns dias, descobrimos que ainda precisamos falar destes que já iam guardados; seria, talvez, uma maneira de enviar tais fatos para o mesmo lugar das coisas comuns rotineiras. Porém, às vezes, estes fatos são também comuns e até corriqueiros; por mais incrível que isso possa parecer! A chuva sempre é assunto; seja por chover pouco, por chover nada, ou por chover muito; chuva é assunto. Choveu muito em São Paulo desta vez. A chuva fez estragos na capital da garoa, do Tietê, do Rio Pinheiros. Ficaram interditadas as avenidas que margeiam os rios. As pessoas ficaram impossibilitadas de transitar, de chegar ao trabalho e de viver até. É que há pess

O Cobrador - Parte VI

O grupo de populares dividiu-se. Alguns foram ter com o pastor Martinho e os outros foram até o padre Agostinho. Os que foram ter com o padre o encontraram dentro da igreja, ajoelhado, com um terço envolto nas mãos fazia uma oração, aparentemente, de súplica. Os homens lhe participaram de todos os fatos recentes ocorridos na praça. Ao ouvir a narração assombrada dos populares, padre Agostinho teve um princípio de desmaio; talvez ocasionado pela batina, que mesmo mediante o forte calor que vinha castigando a todos, o religioso não a abandonara. Levou alguns minutos para que o padre recobrasse os sentidos. E após titubear por alguns instantes concordou em ir até a praça, porém impôs algumas condições. Iria, contanto que antes montassem uma procissão, quem sabe até uma grande vigília com as beatas mais experientes: _Para dar uma retaguarda, pois este “coisa ruim” parece mesmo ser dos bravos. Justificou o padre. Os populares ressaltaram que já não havia mais tempo nem pessoas disponíveis p

O Cobrador - Parte V

Edmundo Adeodato era contido por muitos, e com o rosto colado ao solo, sob a sola do pé do capoeira Ronevaldo, disse, por entre os dentes serrados, ao Dr João Jivago: _O Dotô está mais que certo, a solução é botar fim no cabra da praça. E concluiu: _Ele é o culpado por toda essa moléstia da peste, é o filho do Cão, do Tinhoso, do Coisa Ruim. Em princípio houve um burburinho, um ressoar de vozes, e logo muitos compuseram o coro de “morte ao mendigo fedorento”. Neste momento teve início uma intensa movimentação; decidiram libertar o vingador revoltoso sem sequer saber da opinião de Dr. João Jivago. Edmundo Adeodato fora agora elevado aos ombros, e eleito líder do grupo. Entre cambaleantes, “vomitantes” e “obrantes”, marcharam mais de setenta pessoas rumo à praça. Os marchantes tossiam nauseabundos através da fumaça que pairava no ar; caras e bocas retorcidas, olhos lacrimejantes e corpos arqueados apoiavam uns aos outros. Os mais vigorosos ofereciam o ombro por escora aos companheiros ma

O Cobrador - Parte IV

As horas passavam lentamente e a tarde findava com o triste saldo das primeiras baixas; do hospital veio à notícia do agravamento da situação geral; não demorou muito para que ocorressem as inevitáveis mortes. Quanta tristeza. Que tragédia! O calor constante associado à densa fumaça, mais as cinzas resultantes da queimada, tudo somava para o agravo das saúdes mais frágeis, e também, abalava até os organismos mais resistentes. Primeiro correu a notícia de um senhor. Morador do abrigo para idosos, portador de seqüelas de um antigo derrame, e que sofria também por problemas respiratórios (enfisema pulmonar e outras mazelas), que acabara sucumbindo àquela mudança súbita de ares. Logo após soube-se de duas crianças que também não resistiram. Uma era recém nascida, prematura e com complicações cardíacas; esta fora seguida por outra criança latente, que segundo a mãe, sofria de bronquite. O clima de terror pairava no ar. As mortes deixaram a cidade em polvorosa. No hospital superlotado chegav

Blog: Você à Sua Maneira de Ser

Um blog é uma planta; Cultiva-se; Ela cresce, Dá frutos, Por vez encanta. Há quem alcance o sonho; Trabalho prazeroso, Reconhecimento para alguns, Porém todos... E todo aquele que cria, sonha. O blog é a arte do pretensioso, A malícia dissimulada, O pavão branco majestoso, Convite “despretensioso”, Conquistador vigoroso. O blog é o sonho; Sonho do gigante interior, A força da meiguice, Exercício “altruísta”, A arte do anônimo artista. Egocentrismo organizado, Bem arranjado; Amor virtuoso virtual; Garrafa repleta de relíquias lançada ao mar; A arte de sonhar e compartilhar. O blog é você. Sou eu. Ambos mais arrumados, Lapidados, Melhor apresentados. Olhares longos, Além da casa, Da rotina, Do dia, Da perspectiva. Um blog é você no parapeito, Na janela virtual, Acenando, Convidando, Ao seu mundo. . A poesia veio visitar-me; não pude recusar. O Cobrador continua, mas hoje a poesia é quem primeiro fala. E falarei de futebol no http://gazetasetetrombetas.blogspot.com/ , mas ainda não sei o

O Cobrador - Parte III

Os poucos populares, que ainda tinham alguma energia, a concentraram em cobrar uma atitude das autoridades; furiosos, ameaçavam ir até a praça e agarrar o forasteiro, arrastá-lo, e enfim, lançá-lo às chamas. Afinal, os populares acreditavam firmemente, que tudo o que estava ocorrendo, era senão uma obra do forasteiro, e que o estranho teria parte com o...você sabe quem. As autoridades, mediante àquele principio de revolta popular, acharam por bem enviar o contingente da polícia local; que lá chegando, foi ter direto com o forasteiro. Este lia imóvel, completamente absorto na leitura e ignorando a todos. Eram quatro os policiais, razoavelmente bem armados, com cartucheiras, revolveres, e cassetetes. Saltaram todos de uma vez da viatura; cabo Antão foi dizendo aos seus comandados: _Vamos chegar e colocar o malandro de uma vez na viatura. A gente o guarda lá na delegacia e pronto, estará resolvido; assim o povo se acalma, pois não dá pra dispensar o sujeito estando a cidade toda cercada p

O Cobrador - Parte II

Aquela noite entraria para os anais da cidade como uma das mais quentes de toda sua história. Certo era que, quem não dispunha de recursos de resfriamento, coisa rara no local, não pregou os olhos por um minuto confortante que fosse; na cama era um rolar sem fim, como se as pessoas se deitassem em uma frigideira quente e fritassem. Banhos frios, toalhas nas janelas escancaradas, corpos sem se enxugar, portas abertas, alguns até colocavam suas camas nas varandas, outros se deitavam pelo chão, mas nada, absolutamente nada trazia uma brisa fresca que fosse para aliviar aquela tormenta. Tudo era uma única ardência em brasa lenta, liberando um intenso mormaço, que causava intensa transpiração. Amanheceu, e aos primeiros raios de sol o “mendigo” era visto fora da posição de oração em que aparecera na véspera. Alguns diziam que durante toda noite o homem permaneceu de joelhos com o rosto rente ao solo. Se isso era verdade ou exagero já é outro fato. Agora o homem retomara em suas mãos o grand

O Cobrador - Parte I

Poucos viram quando o homem atravessou os portais da cidade, caminhando a passo lento, sob o forte sol do meio dia. Suas vestes eram farrapos imundos. Seis cachorros magros, vira-latas, de tamanhos e cores variadas, o escoltavam. Seus cabelos eram negros, encaracolados, sujos e oleosos, e ostentava na face um longo cavanhaque estreito, e finos bigodes ponte agudos; tudo aparentando sujeira antiga, coisa grossa. No lombo ia um saco de estopa, tão encardido quanto o transportador. Os pés arrastando umas sandálias de couro; ressecadas, rotas, tudo impregnado por uma espessa camada de barro, resultante de poeira e suor misturados. Passo a passo, sem nenhuma pressa, nem aparente cansaço, mas com o olhar fixo na linha horizontal (nem acima, nem abaixo desta linha), seguia adentrando a cidade. Atravessou os portais e desceu a longa avenida que conduzia para o interior do pacato local; ganhando ruas, ia sempre em frente, como se soubesse exatamente qual o local a que queria chegar. Apenas um c